Por Gelson Weschenfelder
Um
dos grandes ícones da cultura POP da atualidade é o ressurgimento dos
super-heróis das histórias em quadrinhos. Graças às adaptações para a
tela dos cinemas e animações na TV, toda criança conhece estes
personagens, e busca interagir com estes em suas brincadeiras e momentos
de lazer. Mas o que estes personagens podem trazer para nossas
crianças?
Além da finalidade de entreter, as HQ’s[1]
apresentam questões importantes do cotidiano, como: responsabilidade
pessoal e social, justiça, crime e castigo, emoções humanas, identidade
pessoal, diferença, sentido da vida, amizade, amor. Os super-heróis
ensinam pelo exemplo e mostram o bem e a justiça em ações concretas.
Segundo Lipman, a sala de aula, teria de se devotar ao raciocínio, à investigação, à auto-avaliação[2].
Para ele, devemos ensinar aos alunos como a sociedade funciona, pois a
maneira como eles pensam que ela funciona irá, em seu devido tempo,
influenciar a maneira como ela funciona[3]. Mas como fazer as crianças entender e questionar o funcionamento da sociedade, levá-las a investigação e ao raciocínio? Uma educação voltada para o desenvolvimento da racionalidade, para Lipman, é o ideal,
isto é, uma educação para o pensar. Mas como fazer isso hoje? Usar
quais ferramentas pedagógicas? A escola deve preparar as mudanças
necessárias para esta educação, elaborando programas de filosofia para
crianças nas escolas. E as HQ’s, poderiam ser este grande
auxilio, elas servem de material didático para o aprendizado do pensar
filosófico sobre sociedade, questões de gênero e diferença, e até mesmo,
a questão do entendimento humano.
Na
ficção das páginas das HQ’s, os super-heróis modificam a sociedade,
tornando esta perfeita aos nossos olhos. Se usarmos estas histórias em
sala de aula, com um programa de filosofia para crianças, esta
ferramenta poderá auxiliar a educação, redimir a sociedade. Os
super-heróis sairiam das páginas, para tornarem-se modelos críticos de
nossa sociedade. Através do entretenimento as crianças assemelhariam
melhor o conteúdo, entenderiam a sociedade, pois estas histórias não são
tão inocentes assim, elas trazem na forma literal vivencias em nosso
dia-a-dia.
Os
super-heróis das HQ’s são ótimos exemplos a seguir. Eles nos ensinam o
que fazer em diversas situações, mostrando sempre que o lado do bem é o
caminho certo a seguir. As HQ’s sempre foram pioneiras em trazer
questões de suma importância à discussão para os meios de comunicação de
massa, questões discutidas tão somente por ativistas e seus meios de
comunicação restritos.
As
HQ’s sempre se adaptaram ao contexto histórico. Mostrando os anseios da
sociedade, tornando os super-heróis os guardiões da moral e da ética.
Lipman
foi um dos grandes incentivadores para minha pesquisa sobre
super-heróis e a filosofia. O programa dele de educação filosófica para
crianças, é necessário em nossas escolas. Por isso venho buscar nas
HQ’s, fundamentações filosóficas para auxilio às aulas de filosofia. Com
esta ferramenta, as HQ’s, poderíamos fazer muito bem a relação entre
educação e sociedade, na qual Lipman fundamentava.
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